sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Rebirth














Nietizsche


Olhemos-nos face a face. Somos hiperbóreos, sabemos muito bem quão remota é nossa morada. “Nem por terra nem por mar encontrarás o caminho aos hiperbóreos”: mesmo Píndaro, em seus dias, sabia tanto sobre nós. Além do Norte, além do gelo, além da morte – nossa vida, nossa felicidade... Nós descobrimos essa felicidade; nós conhecemos o caminho; retiramos essa sabedoria dos milhares de anos no labirinto. Quem mais a descobriu? – O homem moderno? – “Eu não conheço nem a saída nem a entrada; sou tudo aquilo que não sabe nem sair nem entrar” – assim suspira o homem moderno... Esse é o tipo de modernidade que nos adoeceu – a paz indolente, o compromisso covarde, toda a virtuosa sujidade do moderno Sim e Não. Essa falsa tolerância e grandeza de coração que tudo “perdoa” porque tudo "compreende” é um vento asfixiante quente e empoeirado dos desertos para nós. Antes viver no meio do gelo que entre virtudes modernas e outros ventos do sul!... Fomos bastante corajosos; não poupamos a nós mesmos nem os outros; mas levamos um longo tempo para descobrir aonde direcionar nossa coragem.
Tornamo-nos tristes; nos chamaram de fatalistas. Nosso destino – ele era a plenitude, a tensão, o acumular de forças. Tínhamos sede de relâmpagos e grandes feitos; mantivemo-nos o mais longe possível da felicidade dos fracos, da “resignação”... Nosso ar era tempestuoso; nossa própria natureza tornou-se sombria – pois ainda não havíamos encontrado o caminho. A fórmula de nossa felicidade: um Sim, um Não, uma linha reta, uma meta...

Graças aos cuidados dos deuses – escrevi eu – pode ver-se crescer, mesmo num local solitário, uma magnífica oliveira, cheia de seiva, regada por água em abundância e que os ventos fazem cavar, uma árvore que se cobre de flores brancas.
Na ânsia da verdade, devo conhecer a mim mesmo e, penetrar na parte secreta de meu coração; assim ter-me-ei livrado da dúvida e da ansiedade. Minha dúvida suprema consiste em separar meu ser ideal de meu ser material e, depois, transmitir os segredos de minha existência abstrata e nos tornarmos um só.
Tomei conhecimento profundo de mim mesmo; sim, e o amor me renasceu. Longa vida para nossas almas, e vida longa para nós. Que o universo dure para sempre, de modo que possamos realizar todos os nossos propósitos."
"A essência da sabedoria é o auto-conhecimento, e do amor, a depedração do ego.”


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